A greve dos motoristas de ônibus em João Pessoa, iniciada nesta segunda-feira (27), permanece por tempo indeterminado após uma audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB) que não resultou em acordo, pois a proposta foi rejeitada pela categoria. Desde as primeiras horas da manhã, a paralisação trouxe problemas significativos à população que depende do transporte público.
A audiência ocorreu em dois momentos. Inicialmente, foi proposta às categorias um reajuste salarial linear de 5%, que não foi aceito pelos motoristas. Em seguida, o TRT sugeriu um reajuste de 6% nas negociações, R$ 570 de vale-alimentação e um adicional de R$ 150 para motoristas que acumulam a função de cobrador. Contudo, a proposta também foi recusada.
Isaac Júnior, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Sintur-JP), comentou os desdobramentos. “Houve uma audiência de conciliação, avançou. Nós estamos com a proposta agora de 5% linear, piso salarial, vale-alimentação e gratificação. A Justiça determinou que os sindicatos motoristas cumprissem a determinação, permitindo que rodássemos 60% da frota. Uma nova audiência foi agendada para quarta-feira às 14 horas, uma audiência de instrução e julgamento agora. A nossa posição é a manutenção de canal aberto para diálogo. Estamos à disposição, mas também confiamos na Justiça, de que saberá, com sabedoria, quais os passos próximos a serem seguidos. Se não tivermos acordo, de fato, vai para julgamento do pleno no tribunal”, afirmou o representante em entrevista ao Portal WSCOM.
A Justiça determinou que, durante a greve, 60% da frota, o equivalente ao ônibus 252, deveria continuar em operação, mas a ordem não está sendo cumprida, segundo o Sintur-JP. “Infelizmente, lamentamos o fato de não chegarmos a um acordo entre as partes, entre as categorias. E lamentamos mais ainda o facto de que, numa atitude de desprezo e desrespeito à Justiça, à decisão da Justiça, o Sindicato dos Motoristas não permitiu que 60% da frota entrasse em operação”, acrescentou Isaac Júnior em entrevista à TV Cabo Branco.
Uma nova audiência de instrução e julgamento foi marcada para esta quarta-feira (29), na qual serão apresentadas as propostas apresentadas pela categoria e pela classe patronal. A expectativa é que a Justiça determine os próximos passos para resolver o impasse.
Atualmente, cerca de 400 ônibus estão parados nas garagens, enquanto aproximadamente 800 motoristas entraram em greve, causando impactos significativos em diversos setores da capital paraibana, com moradores buscando alternativas para se deslocar.
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