O professor Paulo Roberto Kullmann foi afastado de suas atividades na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) por 60 dias. A portaria foi assinada hoje pela reitora Célia Regina Diniz. Paulo foi denunciado por assediar moralmente uma estudante de Relações Internacionais que tornou a abordagem pública durante a cerimônia de abertura de um fórum internacional realizado no campus V da UEPB, em João Pessoa. No evento, a moça, que pediu para não ser identificada, foi a mestre de cerimônias e aproveitou a oportunidade para reforçar a denúncia que havia feito à Ouvidoria da instituição, sem sucesso.
A aluna disse que o professor sugeriu que ela não poderia estar ativa no evento institucional porque seria mulher e estaria tendo um caso com o coordenador do curso.
“Isso está mais que claro que é um absurdo. E eu fiz denúncias na Ouvidoria da UEPB e a Ouvidoria disse que era a minha palavra contra a do professor e que, como eu não tinha provas, eu não tinha como provar o que ele disse”, relatou a estudante, garantindo que entraria com um processo jurídico e um boletim de ocorrência contra o professor.
“Senhora vice-reitora, eu deixo aqui registrada a minha denúncia para a senhora. A Ouvidoria falhou comigo e com várias pessoas aqui. […] Ele é um perigo para o Campus V. Então eu gostaria que a senhora tomasse alguma providência”, reiterou a aluna da UEPB.
A estudante ainda relata que o professor teria agido de outras formas inaceitáveis como dizer ter vontade de “gozar” após a apresentação de uma aluna e que tinha tesão em outra estudante, além de sugerir o uso de vibradores em conversa com alunas.
Afastamento e sindicância – Além de ser afastado do cargo, a UEPB também abriu uma sindicância para apurar as denúncias de assédio moral e sexual que recaem sobre o docente. A UEPB informou que a abertura de sindicância é um procedimento padrão não apenas nesse caso, mas, em toda denúncia de assédio que chega à ouvidoria da instituição. Sobre o afastamento do docente de forma temporária, alegou ser uma conduta tomada para preservar o bem estar da denunciante. A UEPB acrescentou que vai emitir uma nota com “ações implementadas pela instituição” no que diz respeito ao caso.
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