O Padre Egídio de Carvalho Neto foi preso hoje por causa do processo aberto para apurar desvios de cerca de R$ 140 milhões. As ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Amanda Duarte Silva Dantas e Jannyne Dantas Miranda e Silva, haviam prometido se apresentar ao Gaeco, de acordo com informações do advogado de ambas, mas Amanda conseguiu o direito de cumprir o tempo de prisão em casa porque tem um filho menor de um ano de idade que precisa dos cuidados dela. O pedido de prisão dos três foi feito pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e acatado hoje pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba.
Egídio se apresentou na Central de Polícia depois de uma negociação feita pelos advogados dele com representantes do Gaeco. Ele foi levado para audiência de custódia no Fórum Criminal e caso a decisão seja de manter a prisão, deverá passar por exame de corpo de delito no Instituto de Polícia Científica (IPC), antes de ser encaminhado a um presídio da capital.
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Um dos motivos que o magistrado considerou para decretar a prisão dos três é citado na sentença. O Relatório de Informação n° 125/2023, com data de 1 de novembro de 2023, a partir de extração de conteúdo dos celulares pertencentes a Egídio de Carvalho Neto e Amanda Duarte Silva Dantas, indica fortes indícios de que o investigado Egídio de Carvalho Neto informou o seu novo número de telefone a ela, em conversa no dia 23 de agosto de 2023, por meio do Whatsapp, entre ele e a investigada Amanda Duarte, bem como entre os dias 23 de agosto de 2023 e 06 de setembro de 2023, Egídio apagou conversas que teve com a investigada Amanda, uma vez que foi possível identificar diálogo entre ambos apenas no aparelho celular da investigada, apontando, fortemente, para a ocultação de provas por parte de Egídio”.
Além disso, a evolução patrimonial de Egídio é incompatível com sua realidade financeira. O MP extraiu dos documentos entregues pela nova administração do Hospital Padre Zé e dos celulares apreendidos em buscas e apreensões autorizadas pelo juízo de primeiro grau, além de documentos eletrônicos encontrados no aparelho celular entregue por Egídio, que ele é proprietário de 29 imóveis, sendo parte destes colocada em nomes de terceiros próximos, como forma de ocultação desse patrimônio. Os documentos encontrados no celular indicam a existência de boletos de ITBI, taxas condominiais, contratos de compra e projetos arquitetônicos de reformas contratadas.
No aparelho celular de Amanda Duarte foi encontrada uma nota fiscal eletrônica relativa ao pagamento de uma reforma de um imóvel no Edifício Saulo Maia, beira mar do Cabo Branco, na capital, por ordem de Egídio, realizado por Amanda, com dinheiro depositado nas contas das entidades geridas pelos investigados. Estas evidências foram extraídas a partir de prints de telas de conversas entre estes dois Egídio e Amanda, por meio de aplicativo de mensagens existente no aparelho celular de Amanda.
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